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Morreu hoje mais um trabalhador da Avibras vitimado pelo Amianto

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Mais um companheiro da Avibras, vitimado pelo famigerado mesotelioma maligno de pleura, provocado pelo amianto, morreu hoje aos 50 anos de idade.

Nivaldo Vitor Guimarães da Silva deixa filhos, esposa, amigos, familiares, companheiros e ex-colegas da fábrica de Jacareí consternados e revoltados quanto à omissão desta empresa, que usou o amianto indiscriminadamente por anos a fio, sem que informasse aos trabalhadores sobre os danos que poderiam advir no futuro.

Nivaldo morreu lutando de todas as formas contra este tipo terrível de câncer que consumiu seus pulmões e o fez perder num prazo de 6 meses mais de 40 quilos tal a voracidade desta doença maligna, incurável e mortal.

Como ele, Silvane Dias Barrios, de 43 anos, falecido há um ano, também aguardava em vida que a AVIBRAS os indenizasse para que eles pudessem morrer dignamente, sabendo que suas famílias estariam assistidas.

Mas, não foi isto que aconteceu! Ao contrário, a empresa se cercou do melhor que o dinheiro pode comprar entre peritos desonestos e advogados espertalhões para recorrerem e protelarem na Justiça, com idas e vindas de recursos, somente com o objetivo de adiar o que é devido a estas famílias.

As ABREAs São Paulo e Vale do Paraíba (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto) em conjunto com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região não vão deixar esta morte passar em vão e, além de prestar solidariedade à família de Nivaldo, irão junto com seus membros e associados realizar protesto na porta da fábrica de Jacareí às 17:30 horas de hoje (9/4/2008).

O corpo de Nivaldo Vitor Guimarães da Silva está sendo velado na URBAN, na Vila Industrial, de onde partirá o féretro às 16 horas para o enterro marcado para 17 horas em São José dos Campos.

O amianto foi considerado a “catástrofe sanitária do século XX” e foi banido em 49 países. Tem vitimado, fatalmente, uma média 3.000 expostos por ano em países como Alemanha, Itália, Inglaterra, França, chegando a 10.000 mortes nos Estados Unidos, que como o Brasil se utilizou muito desta fibra reconhecidamente cancerígena para os seres humanos.

É um crime social perfeito! É a crônica da morte anunciada há muito tempo, mas, em nosso país, os nossos governantes, em especial os do Partido dos Trabalhadores (PT), que, quando na oposição, tinham como bandeira o banimento do cancerígeno amianto simplesmente se renderam aos interesses econômicos e estão silentes, coniventes, mancomunados omissamente com os produtores irresponsáveis da fibra assassina, que nos levou Silvane e agora o nosso estimado Nivaldo, num prazo de apenas 1 ano.

A Eternit que comanda o maior lobby em defesa da fibra cancerígena é hoje uma empresa nacional, cujos principais acionistas são o Fundo de Pensão do Banco Central (CENTRUS) e o Fundo de Participação Societário do BNDES; portanto empresas ligadas ao governo brasileiro.

Quantos mais pais de família serão necessários morrerem para que nossos políticos cumpram com suas obrigações constitucionais e deixem de se anestesiar pelo lobby defensor da poeira da morte?


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