Nota do Ministério da Defesa é um ataque contra a democracia e os deveres do Congresso Nacional

Imagem: Comunicação da Intersindical
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A Nota Oficial do Ministério da Defesa (07/07/21) – assinada pelos Walter Souza Braga Netto (Ministro da Defesa), Almir Garnier Santos (Comandante da Marinha), Sérgio Nogueira de Oliveira (Comandante do Exército ) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Comandante da Aeronáutica) – é um ataque contra a sociedade brasileira e ao dever constitucional do poder legislativo investigar denúncias de aliados do governo Bolsonaro.

Os militares, neste documento, repudiam o Presidente da CPI da Pandemia, Senador Omar Aziz, por ter apresentado críticas ao “lado podre” das Forças Armadas, cujo envolvimento em esquemas de corrupção dentro do Ministério da Saúde está sendo apurado pela Comissão.

Ao contrário do que diz a nota, o Presidente da CPI não generalizou suas críticas e tão pouco desrespeitou as Forças Armadas, restringindo a indicar que há militares envolvidos em práticas de enriquecimento ilícito. Essa é a função da CPI, investigar. Nesse sentido, seria inclusive desonesto e ilegal, já que há indícios, não indicar o envolvimento de membros das Forças Armadas, pelo simples fato de pertencerem a esta instituição.

Não é admissível que Comandantes das Forças Armadas intimidem o Senado Federal e obstruam os trabalhos da CPI. Ao contrário do que diz a nota, o “ataque leviano às instituições que defendem a democracia” não foi feito pela CPI, mas pelo Ministério da Defesa, ao reagir de maneira descompensada contra a Comissão.

Por fim, a intimidação contra o Senado é uma ameaça oficial, revela a disposição golpista do Alto Comando das Forças Armadas em violar a autoridade do Poder Civil, quebrar a disciplina, desrespeitar a Constituição e as leis brasileiras e intervir em favor dos que hoje estão sendo investigados pela CPI.

REPUDIAMOS a Nota do Ministério da Defesa, por seu caráter intimidatório e golpista.

Apoiamos o trabalho da CPI e exigimos rigor na apuração e punição de todos os envolvidos em irregularidades que permitiram que o Brasil ostente os piores resultados no combate à pandemia. Já são quase 530 mil vidas perdidas pela sabotagem do governo Bolsonaro e a sociedade brasileira exige apuração e punição.

São Paulo, 08 de julho de 2021
Intersindical Central da Classe Trabalhadora

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