O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) conseguiu, nesta quarta-feira (07/12), aprovar o PL 1501/2023 que autoriza a privatização da SABESP, empresa pública de água e saneamento do Estado de São Paulo. O projeto obteve 63 votos a favor, 1 contra. A oposição se retirou da votação e pediu sua suspensão, porém não foi aceita pelo presidente da ALESP que resolveu realizá-la de qualquer forma.
A votação ocorreu após a PM de Tarcísio agredir, por mais de 30 minutos, manifestantes contrários à privatização dentro do Plenário JK (ALESP), do qual foram expulsos com golpes de cacete e gás de pimenta, vários foram feridos e detidos. Essa é a forma autoritária do governo agir e que apenas atende os interesses do empresariado aliados ao projeto de extrema-direita do governador Tarcísio.
A proposta de privatização da SABESP é um profundo contra senso, a empresa é um exemplo de sucesso, para se ter uma ideia, só no passado ela alcançou 3,5 bilhões de reais em lucros, parte desse recurso vai para ampliação da rede de atendimento e melhoria do sistema, e a outra parte vai parar dos cofres do Estado para ser utilizados pelo governo. A proposta de privatização é entregar todo esse lucro para os empresários que comprarem a empresa, os investimentos irão parar e o serviço irá ficar mais caro, fato que aconteceu em todas as cidades onde ocorreu privatização das empresas de água.
A privatização da Sabesp coloca em risco o direito à água e ao saneamento básico, que são direitos fundamentais da população. A experiência internacional mostra que a privatização do saneamento básico tem levado a aumentos de tarifas, redução da qualidade do serviço e aumento da desigualdade.
O projeto de privatização de Tarcísio não irá parar na Sabesp, mas pretende ainda avançar na venda do Metrô e dos trens da CPTM. É um projeto de liquidação do patrimônio do povo de São Paulo.
A Intersindical Central da Classe Trabalhadora vem a público manifestar sua INDIGNAÇÃO com a votação da privatização da Sabesp e REPUDIAR a violência policial contra os manifestantes, bem como exige que as autoridades competentes tomem providências para investigar e responsabilizar os agentes de segurança e o governador pelo uso ilegal da força contra uma manifestação democrática.
Assim como nos engajamos no plebiscito popular sobre as privatizações, que teve a participação de 900 mil pessoas em todo o estado, seguiremos debatendo com a população sobre os danos e retrocesso que irão ocorrer caso as privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM ocorram. Sabemos que a população de São Paulo não esquecerá nem perdoará o governador e os deputados que participaram desse crime contra o patrimônio público do povo paulista.
Exigimos que o estado organize um plebiscito para que a população participe e opine sobre a proposta de privatização dos bens públicos.
Exigimos a liberdade dos presos. Condenamos a ação truculenta da PM de Tarcísio que de forma criminosa cometeu abusos com as pessoas que lutam pelo bem coletivo à água.
A luta continua! Não às privatizações!
A SABESP, o Metrô e a CPTM pertencem ao povo de São Paulo.
São Paulo, 08 de dezembro de 2023.
Nilza Pereira
Secretaria General de Intersindical
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