As trabalhadoras e os trabalhadores do MTST tiveram uma importante vitória nesta terça-feira (31), após a Grande Marcha dos Sem Teto. Após mais de 10 horas de caminhada e 23 quilômetros percorridos de São Bernardo a São Paulo, o movimento finalmente conseguiu abrir uma mesa de negociação com o Governo do Estado de São Paulo, além de avançar em demandas para as outras ocupações do MTST.
“Nós viemos aqui com um propósito muito bem definido”, esclareceu Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST. “Viemos pedir para o Governo do Estado de São Paulo: em relação ao povo da Ocupação Povo Sem Medo, de São Bernardo, é a desapropriação daquele terreno pelo governo para a construção de moradias populares. E a segunda, se refere a todas as ocupações do MTST em SP, que é a retomada de investimento habitacional pelo governo do estado”.
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Após iniciarem a caminhada às 6h da manhã, as mais de 7 mil famílias que hoje compõem a Ocupação Povo Sem Medo, se juntaram há outras tantas famílias de outras ocupações, estudantes e trabalhadores que as esperavam próximo à ponte do Morumbi, para, de lá, seguirem rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado, na Grande Marcha dos Sem Teto.
Foram horas de negociação, e mais de 20 mil trabalhadoras e trabalhadores sem teto fazendo muita pressão em frente à sede do governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
Na devolutiva da assembleia, Boulos, informou que houve avanços com o governo, sendo aberto uma mesa de negociação com a gestão do tucano Geraldo Alckmin. “A negociação se abriu, queremos saber como ela vai fechar. O dia de hoje foi importante, mas foi um passo até conseguirmos respirar aliviados”, afirmou.
Foi iniciado o cadastramento de todas as famílias da ocupação de São Bernardo do Campo (SBC) na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), e a debate de outras alternativas habitacionais.
O governo do estado também se comprometeu a efetuar um levantamento completo para conhecer as realidades e as demandas das famílias que hoje ocupam aquela área.
Em relação às outras 22 ocupações feitas pelo movimento, segundo o Secretário de Habitação do Governo do Estado, Rodrigo Garcia (DEM), a seleção dos trabalhadores para programas habitacionais vai ser encaminhado nos próximos dias.
Há quase dois meses, trabalhadores e trabalhadoras do MTST ocuparam um terreno de 60 mil m² no centro de São Bernado do Campo, pertencente à MZM Construtora, que o manteve abandonado por mais de 40 anos.
De lá para cá, os moradores sofreram todo o tipo do pressão do governo municipal de Orlando Morando (PSDB). Inclusive, um atentado à tiro de arma de fogo por parte de um morador de um dos prédios que avizinham o terreno.
Como resposta, diversos trabalhadores de muitas parte do Brasil se reuniram em um ato de solidariedade que reuniu 15 mil pessoas. A atividade contou a contribuição da Intersindical, por meio do Secretário Geral da central, Edson Carneiro Índio. Também foi redigida uma nota de apoio à Ocupação.
Como se não bastasse, na última segunda-feira (30) estava previsto um show gratuito com o cantor Caetano Veloso, na Ocupação.
Porém, a atividade foi proibida pela justiça, em clara retaliação e demonstração de preconceito por parte do governo Orlando Morando.
Ainda assim, diversos artistas como Criolo, Emicida, Sonia Braga, Aline Moraes, Letícia Sabatela, Marina Perso e o próprio Caetano Veloso realizaram um ato em solidariedade às famílias da Ocupação que aguardavam pelo show do cantor.
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