Em todo o país, movimentos sociais e centrais sindicais se uniram contra a retirada de direitos do governo Michel Temer em passeatas, paralisações de fábricas, campanhas de conscientização e atos de protesto.
A Intersindical Central da Classe Trabalhadora reuniu seus militantes em diversas capitais do país. Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical, lembra que “a resistência à agenda do golpe está crescendo e que isso é visível nas ruas e nas empresas”.
“Saímos mais fortalecidos, hoje ficou demonstrado isso. Só a mobilização popular pode derrotar a agenda do golpe, que quer extinguir os direitos trabalhistas e previdenciários, congelar os gastos públicos por 20 anos pela PEC 241, reforçar o sucateamento do serviço público pelo PLP 257, entregar a soberania nacional, o pré-sal e outras empesas estratégicas como de água, petróleo e eletricidade para o grande capital, transferir bilhões e bilhões em dinheiro público para engordar o bolso dos banqueiros”, afirma.
Em Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC), trabalhadores do transporte tentaram cruzar os braços logo no início da madrugada de quinta-feira e foram severamente reprimidos pela Polícia Militar, com spray de pimenta.
Na capital gaúcha, trabalhadores e trabalhadoras fizeram um piquete numa garagem da Companhia Carris de transporte público – a que recentemente demitiu três sindicalistas, entre eles um integrante da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Wenceslau Machado.
Na capital catarinense o transporte coletivo foi interrompido por duas horas no começo da manhã e no final da tarde. Houve paralisação dos servidores da saúde, magistério, previdenciários e municipários da capital catarinense e de São José. Os estudantes engrossaram a manifestação no fim da tarde.
Em São Paulo, o ato teve início no símbolo do centro econômico do país, a Av.Paulista, em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A manifestação engrossou no Museu de Arte de São Paulo (Masp) com uma assembleia de professores e a passeata seguiu até a praça da República. Segundo os organizadores das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, mil pessoas participaram da marcha contra a retirada de direitos.
“Hoje, trabalhadores químicos, bancários, servidores públicos, trabalhadores da Universidade Federal de São Paulo em greve, e todo um conjunto de categorias, cruzaram os braços e deram uma demonstração de que cresce a mobilização e a resistência contra a agenda do golpe de Michel Temer e a maioria do Congresso querem impor sobre o povo brasileiro”, disse Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical.
João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST, destacou que o povo está nas ruas com as “foices levantadas” contra o golpe dos direitos sociais. “É impensável um trabalhador do campo que começa a trabalhar aos 15 anos se aposentar aos 65 anos e ter que comprovar todos os anos de contribuição”, disse.
(Fotos São Paulo: Alexandre Maciel)
Reunidos desde o início da manhã, com eventos que também entraram pela tarde e foram concluídos à noite, na Esplanada dos Ministérios, servidores de várias categorias do Distrito Federal comemoraram o êxito dos atos e assembleias realizados em Brasília, por conta do dia nacional da mobilização contra a perda de direitos trabalhistas e contra o governo de Michel Temer.
Na audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal, eles discutiram com parlamentares a situação das categorias em nível local, e também, as propostas em tramitação no Congresso Nacional que prejudicam o país como um todo.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), Clayton Avelar, reforçou a necessidade de unidade das categorias. “Não podemos ser prejudicados pelas medidas de arrocho do governo. Se aprovadas as PEC 241 e o PLP 257, veremos o sucateamento em massa de todos os setores. Somente com unidade das bases, conseguiremos barrar este calote”, afirmou.
No Rio de Janeiro a mobilização reuniu centenas de pessoas que seguiram em passeata e encerraram o ato na Cinelândia. O ato foi marcado pela participação de movimentos de juventude, que realizaram performances e protestaram contra o projeto Escola Sem Partido.
Os protestos reivindicaram a libertação dos “presos políticos de Goiás”. No dia 17 de setembro foram presos 40 estudantes que realizaram ocupações na sede do Conselho Estadual de Saúde. Desde abril, estão presos lideranças do MST.
A paralisação nacional reuniu centenas de pessoas concentradas no Mercado de São Brás. Com faixas e cartazes de protestos contra as políticas reducionistas dos direitos da classe trabalhadora os manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida Nazaré até a Praça da República.
O ato teve início em frente à sede da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Entre as categorias que estão em luta neste 2º semestre, bancários, trabalhadores dos correios, eletricitários, metalúrgicos e petroleiros fizeram uma caminhada até a Praça Sete de Setembro, no centro de Belo Horizonte. As palavras de ordem exigiam o “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos”.
“O projeto de terceirização que está no Congresso Nacional, se aprovado, vai terceirizar todas as categorias. Para os bancários, será o fim. Por isso é fundamental a nossa unidade”, destacou Jonas Freire, coordenador geral do Sindicato dos Bancários/ES.
No Pará, trabalhadores e trabalhadoras realizaram uma paralisação organizada pelas entidades sindicais e estudantis que reuniu centenas de pessoas no Mercado de São Brás (Belém). Com faixas e cartazes de protestos contra as políticas reducionistas dos direitos da classe trabalhadora os manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida Nazaré até a Praça da República.
Em Natal (RN) foi realizada uma aula pública em frente ao IFRN Central. Na ocasião, os alunos do Instituto, juntamente com os trabalhadores de diversos segmentos, debateram acerca dos principais projetos e medidas (PL 257, PEC 241, PL 4567 e a Reforma da Previdência) que visam cortar direitos da classe trabalhadora. Após a aula os manifestantes saíram em caminhada, passando pelo cruzamento das avenidas Hermes da Fonseca e Alexandrino de Alencar.
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