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Com 14 votos contra a classe trabalhadora, e 11 pela não aprovação, os governistas que compõem a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovaram, no final da tarde de terça-feira (6), o relatório da Reforma Trabalhista do relator Ricardo Ferraço (PSDB/ES), que não fez nenhuma alteração no texto aprovado às pressas na Câmara dos Deputados.
A sessão teve início às 10h e prosseguiu sem paradas. A bancada de oposição fez o que podia. Os senadores Paulo Paim (PT-RS), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) apresentaram votos em separado mas foram vencidos. Ferraço argumentou que se fizesse qualquer alteração o texto teria que voltar à Câmara dos Deputados.
Pouco antes da votação, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) criticou o fato de Ferraço ter escolhido não alterar o conteúdo de uma proposta tão série e que afeta toda a relação econômica e social do trabalho no Brasil.
“É uma pena que o senador tenha escolhido ser um carimbador da maior agenda da retirada de direitos da história de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. […] O senador Ferraço tapou os ouvidos em relação aos anseios da sociedade civil.”, disse Fátima, destacando que Ferraço “ouviu só os empresários” ao relatar a matéria.
“O projeto é muito perverso!”, emendou Paim, sugerindo a suspensão da votação da reforma e, dirigindo-se a Ferraço, endossando a fala de Fátima Bezerra.
A reforma trabalhista ainda terá que passar por outras duas comissões antes de chegar ao Plenário do Senado: Assuntos Sociais (CAS) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Ocorre que uma manobra regimental pode ocorrer nesse meio tempo: agora que já foi aprovada na CAE, se algum senador pedir urgência no projeto, a reforma trabalhista pode seguir direto para ser votada pelo plenário do Senado. Aí está o maior risco para a classe trabalhadora.
INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora
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