A ONG Repórter Brasil foi ao Rio Grande do Norte conhecer a realidade dos trabalhadores de pequenas oficinas de costura terceirizadas, que produzem peças de roupa para a Hering, para a Guararapes, do grupo Riachuelo e para a RM Nor, que produz peças da C&A e Renner, entre outras. A constatação não podia ser pior: costureiras recebendo abaixo do salário mínimo e trabalhando por longas jornadas.
“Com a chegada em massa das oficinas na região do Seridó, no semiárido do Rio Grande do Norte, surgiram também episódios de graves violações trabalhistas como jornadas excessivas, trabalho sem carteira assinada e pagamentos abaixo do salário mínimo. Problemas sérios quando se considera o tamanho das marcas que são responsáveis pela produção. Mas que podem parecer pequenos aos olhos da população local, que luta contra a pobreza e a seca”, constata a reportagem de André Campos.
“Há dias em que a jornada começa às sete da manhã e pode ir até às dez da noite. Se você não cumpre a meta, fica depois do expediente costurando as peças que faltaram”, relatou uma das costureiras.
De acordo com a reportagem, o semiárido é o novo destino de uma velha prática, já que, há anos, as grandes marcas da moda terceirizam sua produção para pequenas oficinas em outras regiões do país. Em São Paulo, por exemplo, as oficinas de bolivianos foram palco de diversos flagrantes de trabalho escravo. Algumas delas produziam roupas para grandes varejistas como Marisa, Pernambucanas, Renner e Zara.
Do mesmo modo como terceirizam sua produção para imigrantes nos grandes centros, o novo boom de oficinas se expande na região nordeste de onde costumavam sair os migrantes brasileiros. “Muda a localização e o sotaque, mas as roupas continuam sendo costuradas por uma população vulnerável, mais propícia a aceitar condições precárias de trabalho – contando, para isso, com o apoio de políticas estaduais”, diz a reportagem.
Procuradas, Hering e Riachuelo alegam que auditam as oficinas e que exigem delas o cumprimento das leis trabalhistas, adotando medidas corretivas quando necessário. Infelizmente não é a realidade que as entrevistadas relatam na matéria da Repórter Brasil.
Leia a matéria na íntegra clicando aqui.
Fonte: Repórter Brasil / André Campos
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