O grau de polarização social que o Brasil enfrenta desde o ano passado ganhou contornos graves após as opções do segundo governo Dilma com ataques a direitos sociais e trabalhistas, um ministério ainda mais conservador e comprometido com o capital financeiro, o agronegócio e a adoção de uma política econômica fortemente restritiva que deve levar à recessão e aumento do desemprego.
A Petrobras, fundamental para a soberania nacional e para centenas de milhares de empregos, está sendo duramente atacada com vistas à sua privatização. Defendemos que todos os atos de corrupção praticados nos governos do PT, PSDB e demais partidos envolvidos devam ser investigados, com punição de corruptores e corruptos. Mas essa investigação não pode servir para a movimentação golpista da direita que visa entregar a Petrobras, o pré-sal e as riquezas do subsolo para o capital internacional.
Está em curso uma ofensiva da direita conservadora e reacionária, com apoio dos setores da grande mídia corporativa, que fortalecem e divulgam a proposta de impeachment da Dilma. Devemos rechaçar essa tentativa de golpe da direita.
Nossa central, entretanto, reafirma que o governo Dilma ataca os direitos da classe trabalhadora com forte ajuste fiscal e por isso vamos às ruas defender direitos e reformas populares.
Diante de cenário tão complexo, a Direção Nacional da INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora, reunida em Campinas nos dias 27, 28/02 e 01 de Março resolve:
1- Construir unidade ampla para impedir a aprovação das medidas de ajuste fiscal que atacam direitos sociais, como as MPs 664 e 665 e outras medidas que retiram direitos da classe trabalhadora;
2- lutar com todos os setores dispostos a barrar o avanço da precarização do trabalho com a votação iminente do PL 4330 para o mês de abril. O avanço da terceirização pode significar uma tragédia para a imensa maioria da classe trabalhadora;
3- Defender a taxação das grandes fortunas para o combate à desigualdade social. Esse é o ajuste necessário para a economia brasileira, pois a conta da crise deve ser paga pelos que acumularam bilhões com a exploração dos trabalhadores/as e dos recursos naturais;
4- Defender a Petrobras 100% estatal e pública. Combater a política de privatização do governo Dilma, como na Caixa Econômica Federal, na saúde, na área de infraestrutura e demais setores;
5- lutar para por fim ao financiamento empresarial das campanhas eleitorais que corrompem a democracia e a decisão soberana do povo, bem como lutar pela democratização da mídia que até hoje é controlada pelas famílias mais ricas e reacionárias de nosso país.
A unidade de todos os setores dispostos a lutar é fundamental neste momento. Para defender essa pauta e demais reivindicações populares, como a luta contra o genocídio da juventude pobre e negra, contra a criminalização das lutas sociais, a defesa da demarcação das terras indígenas e quilombolas, além do fortalecimento da agricultura familiar. Neste contexto, a articulação de uma Frente por Reformas Populares deve ser fortalecida e estimulada como espaço amplo, autônomo e independente de governos para articulação de lutas de massas com capacidade de defender os direitos e conquistas sociais e retomar a ofensiva por reformas estruturais que possam alterar significativamente as condições de vida da maioria do povo brasileiro.
Campinas, 01 de março de 2015.
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