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Rio Grande do Sul: Merendeiras são destaque no Fórum Social Mundial

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Após entrega de denúncia a governo federal, Justiça determina bloqueio de R$ 938 mil para pagar merendeiras de escolas da capital. Associação dos Terceirizados Unidos e 39º núcleo do Cpers ocuparam evento sobre sindicalismo e relações justas de trabalho na Assembleia.

Após grande mobilização de merendeiras terceirizadas de escolas estaduais de Porto Alegre, a 22º Vara do Trabalho de Porto Alegre determinou, nesta quarta-feira (25), a penhora de recursos para o pagamento de salários atrasados das terceirizadas. A se confirmar o envio dos recursos, a medida representa uma grande vitória para a categoria depois de cerca de dois meses de constantes reivindicações junto ao Governo do Estado. 

Neiva Lazzarotto, da Direção Nacional da Intersindical, representou a central em evento no FSM (Porto Alegre). Foto: Christofer Dalla Lana

A decisão da juíza Ana Paula Keppeler Fraga estabelece a penhora de R$ 938.954,09 da empresa responsável pela contratação, Benetton Serviços Terceirizados Ltda. A medida prevê “o arresto de créditos existentes ou futuros”, a ser cumprido junto à Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Conforme a medida cautelar, a empresa deve disponibilizar o valor devido para as merendeiras em um prazo de cinco dias.  

O resultado positivo para as trabalhadoras ocorreu em meio à mobilização de cerca de 70 merendeiras realizada no Teatro Dante Barone, no evento alusivo ao tema Sindicalismo e Trabalho – do qual participou o Secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Gilberto Carvalho. 

Gilberto Carvalho (Secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego) recebe relatório sobre a situação das merendeiras terceirizadas no FSM. Foto: Christofer Dalla Lana

Intermediadas por lideranças da Associação Terceirizados Unidos e do 39º Núcleo do Cpers, as merendeiras entregaram ao representante do governo federal um documento que relata a difícil situação das profissionais, que sofrem devido ao calote no pagamento de salários e de benefícios.

Na denúncia, as profissionais relatam que passam por incerteza quanto ao pagamento de horas indevidamente descontadas e dos valores da rescisão salarial, já que passaram o Natal e o Ano Novo em situação de dificuldade devido à falta do pagamento integral dos salários.  

O grupo também foi recebido pelo presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), que se comprometeu a protocolar um Projeto de Lei no Legislativo que visa regulamentar a terceirização no âmbito das escolas estaduais.  Além disso, o documento foi protocolado no Palácio Piratini, visto que o atual governo é o responsável pela contratação da Benetton. 

A presidente da Associação Terceirizados Unidos,  Adriana Silva da Cunha comemorou a decisão judicial e os resultados obtidos. “O dia foi muito importante para a categoria das trabalhadoras. Essa vitória judicial foi fruto dessa pressão das trabalhadoras, que com união, garra e vontade, construíram essa vitória”, destacou. 

Neiva Lazzarotto compõe a mesa com representantes das centrais e do governo no FSM. Foto: Christofer Dalla Lana

Para a diretora-geral do 39º Núcleo do Cpers, Neiva Lazzarotto, o momento no qual essa vitória foi obtida, em meio ao Fórum Social Mundial, é bastante representativo para toda a classe trabalhadora. 

“Hoje, conseguimos pautar a luta pelo fim da Terceirização no Fórum Social Mundial, com muita força, na Assembleia Legislativa. Graças à presença de grande grupo das Merendeiras Terceirizadas articuladas pela Associação Unidos Terceirizados e com apoio do 39° Núcleo do CPERS e também do 38° e 22° Núcleos. A denúncia chegou às mãos de representante do Ministério do Trabalho – fomos longe, porque o problema é muito grave”

Após o evento, por volta das 11h30 o grupo de terceirizadas acampou em Frente ao Palácio Piratini e um participou de um almoço na Praça da Matriz.

Acampamento das merendeiras será uma forma de pressão junto a Palácio do Piratini. Foto: Christofer Dalla Lana

TRT-4 já havia mediado acordo para pagamento de salários de novembro

Por conta da mobilização das merendeiras, o Tribunal Regional do Trabalho da 4º Região (TRT-4), realizou audiência de conciliação em 29 de dezembro de 2022, o que garantiu que a empresa pagasse, pelo menos, as horas descontadas do mês de novembro. 

Os valores foram cobrados porque a empresa mandou que as merendeiras se retirassem das escolas enquanto os salários não estavam sendo pagos, e , posteriormente, se negou a pagar os rendimentos, que ficaram em torno de R$ 115, 4 mil – cerca de R$ 585 por empregada.

Atividade das merendeiras em Porto Alegre. Foto: Christofer Dalla Lana

Fontes:

Neiva Lazzarotto: 51 8416-7225

Adriana Silva da Cunha: 51 8948-3964 

Jornalista responsável: Marcelo Passarella 

Fotos: Christofer Dalla Lana

Telefone: 54 98116-5856

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Ivone Rosa Pereira
1 ano atrás

Só tenho agradecer pelo esforço da Neiva e Adriana. Especial apoio da Sofia Cavedon,Luciana Genro e todos que ali na mesa contribuíram pra nos ajudar.Agradecimento em especial ao secretário do ministro Marinho e ao presidente da assembleia do nosso estado.gratidão.

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