Servidores da carreira de Segurança da Guarda Municipal de Fortaleza deliberaram hoje, 19, em assembleia geral o estado de greve da categoria com início da greve por tempo indeterminado no próximo sábado, 23. Os servidores têm nova assembleia na próxima quinta-feira, 21, às 8h na sede da GMF, quando reforçam a mobilização para o início da greve e avaliam eventuais propostas da Prefeitura.
A partir do início da greve será garantido um percentual do contingente da GMF que permanecerá trabalhando, conforme estabelece a Lei de Greve e também em respeito à população.
A assembleia de hoje convocada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Fortaleza (Sindifort), aconteceu na sede da GMF (rua Delmiro de Farias, 1900, Rodolfo Teófilo).
– Melhores condições de trabalho, com garantia de segurança para desempenhar as funções, inclusive com distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tais como coletes;
– Apuração dos atentados contra a sede da GMF e punição dos responsáveis;
– Início do processo de capacitação para uso de armas de fogo, conforme estabelece legislação;
– Ampliação do efetivo com convocação dos concursados da 2ª Turma.
Durante a assembleia, uma das constatações dos servidores é de que há cobrança para que eles realizem trabalho policial e de segurança, sem que sejam dadas condições efetivas para tal.
Na madrugada do dia 14/07, homens encapuzados invadiram a sede da Guarda, efetuaram aproximadamente 20 disparos e fugiram.
Já no dia 16, voltaram a disparar contra o prédio, lançaram bomba incendiária e novamente se evadiram.
Desde a semana passada que se intensificaram os ataques contra as forças de segurança no Ceará. Além da GMF foram atacadas viaturas da PM e do Corpo de Bombeiros, delegacias, além de ônibus terem sido incendiados.
Nos dias 15 e 18, as direções da GMF e da Secretaria Municipal De Segurança Cidadã (Sesec), receberam as entidades sindicais e servidores de base. No entanto, Até agora não foi apresentada nenhuma resposta que atenda aos anseios da categoria.
Sobre a situação da GMF, o Sindifort divulgou nota pública onde afirma:
“A agressão reflete não só a violência desenfreada que toma conta de Fortaleza e do Ceará, mas também o descaso e o despreparo com os quais as autoridades públicas, em particular o governador Camilo Santana (PT) e o prefeito Roberto Cláudio (PDT), tratam da segurança da população e dos servidores.
A facilidade que os criminosos tiveram para atacar a sede da GMF mostra o perigo ao qual os servidores do órgão estão expostos. O prédio não tem segurança adequada. Os servidores trabalham em condições precárias, sem estrutura, armamento e equipamentos compatíveis. Falta segurança e sobram precariedades.
Fortaleza aparece hoje como a cidade mais violenta do Brasil e a 12ª mais violenta do mundo segundo ranking da Organização Não Governamental mexicana ‘Seguridad, Justicia y Paz’.
A violência é um problema social e que não vem de hoje, mas não é mais aceitável que a segurança pública continue sendo tratada com a atual política de avestruz ou com ações paliativas, enquanto a maioria da população e os servidores são vítimas constantes de assaltos, furtos, estupros e mortes.”
Fonte: Sindifort
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