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Nota de Solidariedade ao Povo Peruano

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Novas eleições, nova constituinte, liberdade para Pedro Castillo

O imperialismo em associação com as elites de extrema-direita latino-americanas mais uma vez, entre tantas na história do nosso continente, perpetrou um golpe contra um governo popular democraticamente eleito. No dia 7 de dezembro de 2022, após meses de um sujo ataque contra Pedro Castillo, Presidente do Peru, o golpismo fujimorista conseguiu retirá-lo da presidência e encarcerá-lo, abrindo caminho para o governo autoritário de Dina Boluarte.

Pedro Castillo foi eleito com amplo apoio da classe trabalhadora, camponeses e populações historicamente marginalizadas na sociedade peruana. Sua origem e seu compromisso com os que vivem do trabalho foi, sem sombra de dúvida, a principal razão para que os meios de comunicação, empresários, setores conservadores do parlamento, todos estes muito bem orientados por Washington, impedissem que o governo popular pudesse realizar o programa para o qual foi eleito.

A instabilidade meticulosamente produzida, própria da estratégia de guerra híbrida, foi implementada desde os primeiros dias do governo de Pedro Castillo. Os meios de comunicação atuaram de maneira decidida no processo de descredibilização do governo e da imagem pessoal do presidente. Ao mesmo tempo, o Congresso Peruano, majoritariamente conservador, vetou qualquer iniciativa originada do executivo, paralisando o governo; este ainda atacado por ações judiciais que colocaram Castillo em profunda defensiva política. Mas isso não foi suficiente, aproveitando de um dispositivo autoritário da Constituição fujimorista, o Congresso cassou o mandato presidencial e o Judiciário, sem qualquer respeito aos direitos e garantias fundamentais de Castillo, o prendeu, situação na qual se encontra até o momento.

A resistência do povo peruano não se fez esperar, milhares de trabalhadores urbanos, camponeses, estudantes e democratas saíram às ruas para exigir liberdade para Castillo, convocação de novas eleições gerais e uma nova assembleia constituinte que coloque fim à legislação fujimorista. A repressão do governo de Dina Boluarte contra os manifestantes foi brutal, tendo como consequência a morte de mais de 50 pessoas e outras 200 encontram-se presas.

A Intersindical Central da Classe Trabalhadora – Brasil se solidariza com a brava e legítima resistência do povo de José Carlos Mariatégui e Tupac Amaru, que clama por uma saída democrática para a crise que o país enfrenta.

Liberdade para Castillo!
Novas eleições gerais!
Por uma nova constituinte!

São Paulo, 03 de fevereiro de 2022

Ricardo Saraiva
Secretário de Relações Internacionais da Intersindical

Nilza Pereira
Secretária Geral da Intersindical

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