Um protesto unificado formado por trabalhadores do campo e da cidade deixou a avenida Paulista cheia de penas, trazidas pelos avicultores de Francisco Beltrão (PR), na última sexta-feira (13), como forma de denunciar a flagrante ameaça aos direitos trabalhistas conquistados a duras penas.
Em coro os manifestantes gritavam: “Viva os trabalhadores do campo e da cidade!”. Além de protestarem contra o modelo de agronegócio brasileiro, que prioriza o financiamento de insumos agrícolas da Monsanto em detrimento dos cultivos sem veneno, os manifestantes expuseram as violações de direitos e a insegurança dos que trabalham nas duas maiores frigoríficas do país, a JBS e a BrasilFoods.
Faixas
Os agricultores trouxeram faixas com dizeres como “Friboi, exploração tem nome”, “Trabalhadores da JBS de Mato Grosso do Sul não tem plano de saúde” e “A ministra da Agricultura Kátia Abreu afirmou: pobre tem que comer veneno”.
Jessy Santos, coordenadora do Levante Popular da Juventude, destacou que o povo brasileiro quer consumir alimentos saudáveis. “A partir do momento que você contamina o solo, demora muito para que a terra seja recuperada e isso encarece ainda mais a produção de orgânicos”, afirmou.
Bancários e petroleiros também marcaram presença no ato, denunciando a política de juros altos e a ameaça à soberania nacional com o desmonte da Petrobras e sua consequente venda ao capital externo.
Ataque aos direitos
“Todos os trabalhadores brasileiros, sejam do campo ou da cidade, enfrentam uma gravíssima ameaça a seus direitos conquistados a duras penas. O PLC 30/2015, que permite a terceirização de todas as atividades-fim de uma empresa, em tramitação no Senado, é o maior ataque aos direitos dos trabalhadores de que se tem notícia na história do Brasil”, afirmou Edson Carneiro Índio, Secretário-Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.
Além das questões que atingem brutalmente os trabalhadores, a implantação de tal projeto impacta na concentração de renda do país, na arrecadação dos fundos públicos, da previdência social, do Fundo de Garantia, que terão redução de recursos, afetando políticas sociais. A massa salarial deve diminuir na renda nacional, o que prejudica o crescimento, o desenvolvimento e o poder de compra dos salários.
Segundo a organização, o ato reuniu seis mil pessoas. A manifestação começou no vão livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp) às 15h, foi até o prédio da Gazeta e retornou ao museu.
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