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Vandalismo em Brasília: bolsonarismo entra na fase terrorista

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Nesta segunda-feira, dia 12 de dezembro, grupos bolsonaristas realizaram atos de vandalismo em Brasília, com a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal (PF) e que resultou na queima de 5 ônibus, vários carros e depredação de patrimônio público e privado.

O objetivo explícito dos atos foi tumultuar a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva, como presidente da República, realizada no mesmo dia em cerimônia do TSE.

A postura passiva da Polícia do Distrito Federal em relação à prática de vandalismo indica que existiu coordenação entre os criminosos e as autoridades. 

O dia começou com a abertura do Palácio da Alvorada para bolsonaristas, que montaram acampamento nos jardins da residência oficial do Presidente da República, sendo recebidos por Bolsonaro e presenteados com lances distribuídos pela Primeira-Dama. 

O grupo pedia a manutenção do atual presidente, mesmo tendo este perdido a disputa eleitoral. Na ocasião, Bolsonaro declarou que “nada está perdido” e afirmou: “quem decide o meu futuro e para onde eu vou são vocês”. Esta parecia ser a senha para o que viria ocorrer nas horas seguintes.

Logo após, grupos bolsonaristas se dirigiram a sede da PF supostamente para libertar um dos responsáveis pela organização dos atos antidemocráticos, José Acácio Serere Xavante, que teve prisão temporária decretada pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes, por crime de tentativa de supressão violenta do Estado Democrático de Direito, ação ilícita tipificada no Código Penal. A prisão se deu diante da convocação feita pelo acusado, para que pessoas armadas tomassem o controle de diversos pontos da capital federal, inclusive o hotel no qual Lula está hospedado. José Acácio é apoiador de Bolsonaro, filiado ao partido Patriotas, e também acusado, em outros processos, por tráfico de drogas e envolvimento com casa de prostituição no estado do Mato Grosso.

A tentativa de invasão do edifício da PF foi frustrada, porém os atos de depredação se seguiram pelo final da tarde e início da noite, com queima de ônibus e veículos particulares, invasão de restaurantes e intimidação de pessoas em diferentes pontos da cidade. A 5° Delegacia de Polícia (Asa Norte) foi depredada e viaturas incendiadas.

O atual Ministro da Justiça e Segurança Pública e futuro Secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, diante os acontecimentos graves, similares a atos terroristas, se restringiu a dar declarações evasivas, o que indica seu apoio implícito aos crimes desta segunda-feira. 

Segundo testemunho de pessoas que participam do GT de Transição em Brasília, era possível identificar nas caravanas bolsonaristas que participaram dos atos de vandalismo, pessoas que vestiam uniformes de empresas cujo proprietários são apoiadores de Bolsonaro. Indicando que os atos são realizados com apoio material de setores patronais, descartando assim a possibilidade de serem “manifestações espontâneas”, ou “protestos populares”. Ainda não foram registradas prisões dos responsáveis pelos atos de vandalismo. 

Tudo indica que os atos desta segunda-feira foram organizados e executados pela rede bolsonarista, que envolve políticos, empresários e membros das forças de segurança. A apuração das autoria, não apenas da execução mas também do planejamento desta tentativa de golpe, deve ser colocada em primeira ordem pelas instituições do estado, com vistas a impedir qualquer iniciativa de ruptura democrática no futuro.

Secretaria de Comunicação da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

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