O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, nesta quarta-feira (1º), o projeto de lei 786/2020 que concede entre R$ 600 e R$ 1.200 de renda mensal, por 3 meses, renovável por mais 3, à trabalhadores informais e vulneráveis.
Ao sancionar o projeto aprovado pelo Congresso, o presidente vetou (se opôs, discordou) 3 pontos, por orientação dos ministérios da Economia e da Cidadania — ampliação do BPC (Benefício de Prestação Continuada), reavaliação dos critérios e restrição à conta bancária. Os vetos, em particular o que trata da ampliação do BPC, vão atrasar ainda mais a liberação dos recursos, porque vai obrigar o Congresso a se reunir para derrubá-los.
Principal trecho vetado é o que garantia, na nova lei, a ampliação do BPC, de 1/4 do salário mínimo (R$ 261,25) para meio SM (R$ 522,50) definida pelo Congresso no início de março. Governo alega que essa ampliação terá impacto de R$ 20 bi nas contas públicas. Trata-se de falta de sensibilidade social do governo e, parece, uma birra, pois o Congresso derrubou o veto a essa ampliação no início de março. O veto foi orientado pelos ministérios da Cidadania e da Economia.
Entre outras razões, o governo vetou o dispositivo por entender que (pasmem!) contraria o “interesse público”.
O ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), chegou a adiar a mudança nas regras até a definição de medidas “compensatórias” para esse custo extra. Dias depois, Dantas mudou de ideia e suspendeu todas as decisões por 15 dias. Segundo o ministro, a flexibilização das regras fiscais e de austeridade no contexto da pandemia do coronavírus poderia ser aproveitada, também, para garantir a inclusão de novos beneficiários no BPC.
O governo também vetou dispositivo, aprovado pelo Congresso, que cancelava o auxílio emergencial do beneficiário que, ao longo dos 3 meses, deixasse de atender aos pré-requisitos.
Segundo o governo, esse ponto também “contraria o interesse público” e gera esforço desnecessário de conferência, mês a mês, de todos os benefícios que serão pagos. O Ministério da Cidadania entende que é preferível “concentrar esforços e custos operacionais” na construção de outras medidas de enfrentamento ao Covid-19. Trecho foi vetado por recomendação do Ministério da Cidadania, sob a direção do deputado licenciado, Onyx Lorenzoni, do DEM-RS.
Bolsonaro também decidiu vetar regra que restringia o tipo de conta bancária onde o auxílio poderia ser depositado. Pelo texto aprovado, o benefício só poderia ser pago em “conta do tipo poupança social digital, de abertura automática em nome dos beneficiários”, criada para receber recursos exclusivos de programas sociais, do PIS/Pasep e do FGTS. O veto foi recomendado pelo Ministério da Cidadania.
O que foi sancionado? Benefícios do Seguro Quarentena, que é uma Renda Emergencial ou Mínima, que vai ser paga pelo governo federal, por decisão do Congresso.
Fonte: DIAP
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